Estou adiando há horas
esta postagem, pois não sei por onde começar a explicar o quanto detestei esta
receita...
Quando me propus a
escrever este blog e comprei o livro de receitas Larousse, não imaginava que
poderia ter que chegar ao ponto de cozinhar algo do qual não aprovaria o sabor.
Mas ao experimentar as ervilhas eu senti que toda essa idealização de perfeição
estava indo pelo ralo.
Para iniciar o
desgosto, durante a limpeza das ervilhas tortas (elas precisam ser lavadas uma
a uma e delas devem ser extraídas as pontas e uma espécie de fio que arremata
as bordas), eu bati meus joelhos uma centena de vezes no forno, nos condimentos
que ficam embaixo da pia, na quina do suporte do forno... Enfim, já comecei mal
o meu momento de terapia culinária.
Após xingar várias
vezes cada um dos móveis assassinos e lamentar pelo tamanho da minha cozinha, terminei
de lavar e picar as ervilhas, como pede a receita, saí rapidamente do cubículo rumo
a mesa, que fica em um espaço bem mais agradável e prossegui com a tarefa de
cozinhar uma receita que traz, dentre os principais ingredientes, um vilão para
o meu paladar.
Não, eu não estou
falando das ervilhas tortas! Elas eu adoro e já estou bem adaptada a sua
textura e sabor, pois fazem parte do cardápio elaborado pela minha mãe para
nossas refeições. O meu problema é com a castanha de caju e com qualquer tipo
de castanha ou amêndoa. Em geral, eu só as aprovo quando em pequenas
quantidades, ou como ingrediente da granola de todo dia. Mas em outras ocasiões
eu simplesmente não engulo.
No entanto, eu me
propus o desafio de cozinhar as receitas do Larousse, e não posso ficar fugindo
de todo e qualquer ingrediente que me desagrada. Uma hora eu teria que
enfrentar essas pequenas, crocantes, oleosas e de sabor dominador.
Sem pestanejar eu
mergulhei as ervilhas em água fervente com sal e esperei até que ficassem
cozidas (o livro sugere 6 minutos, mas foram bem mais de 10, posso garantir).
Escorri e lavei com água fria para que o choque térmico as mantivesse
verdinhas. Reservei.
Em uma frigideira eu
derreti a manteiga (uma parte nas receitas que me dá sempre água na boca – não canso
de repetir), temperei com sal e pimenta calabresa e acrescentei as castanhas de
caju, quebradas com o auxílio de um pilão de madeira. Mexendo sempre, esperei
cerca de 4 minutos, tempo suficiente para que elas durassem. Abaixei o fogo,
acrescentei as ervilhas tortas, tampei e deixei aquecer um pouco. Servi na
sequência.
Como já tinha
experimentado um pouco direto da panela, para ter certeza que não faltava sal, constatei
previamente que meu paladar não estava interessado pelo contato próximo com
aquele sabor. Então, para conseguir engolir um pouco e poder contar o que achei
de tudo isso e acompanhar meus pais no jantar, preparei ovos mexidos na
manteiga e empurrei as “deliciosas” ervilhas com castanha de caju “goela a baixo”.
O sabor e aroma fortíssimos das castanhas de caju simplesmente tomaram conta do
pedaço.
Minha mãe adora
ervilhas tortas (juro que delas eu também gosto!) e, ao contrário de mim,
também ama castanhas de caju e outras amêndoas – parentas vilãs de sabor forte
e horrível. Ela aprovou o prato, disse que estava uma delícia e isso me deixou
levemente contente. Para mim ficou uma amarga lição: nem tudo o que eu cozinhar
nos próximos 496 dias irá me agradar...
Prato feito, prato
servido... Sem Bon appétit para mim!
Ahh, Jéh essa receita deve ter ficado boa sim, além de ser supernutritiva. bjos...
ResponderExcluirO problema é comigo mesmo Ca. A receita é muito boa, mas a castanha e eu temos um caso antigo de repugnância. rs
ExcluirOi prima...hum....parece mesmo mto bom.Adoro essa ervilha...ela só já é uma delicia, imagina com a castanha....deu água na boa.
ResponderExcluirBjs
ela é muito saborosa mesmo. Mas infelizmente eu não consigo gostar de castanhas... rs
Excluirvegetariana yesssss
ResponderExcluirApenas manteiga de origem animal... aí vai depender de qual é a restrição. Abraço!
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