Um dia começa bem
demais quando o primeiro cheiro que se sente na cozinha é o de chocolate
derretido. Pena que, em mãos descuidadas e sob os cuidados de mentes relapsas,
ele queima!
Como este dia é de
comemoração, o terceiro aniversariante desta semana recebe como homenagem uma
receita de bolo de chocolate! Assei uma parte em caneca e outra parte da massa
foi para uma forma pequena de aro removível (aquela minúscula que usei outro
dia para fazer a Apple Pie). A massa da caneca inchou mais do que a da forma.
Não sei explicar o motivo, mas já fica registrado para quem gosta de cupcakes.
O 27º dia do blog está
sendo representado por uma das receitas mais tradicionais de bolo. A massa de
chocolate encanta quase 100% dos apaixonados por doces. Mas, apesar de já tê-la
feito centenas de vezes, consegui descobrir muitas novidades hoje. A primeira
delas é que essa receita não utiliza o tradicional fermento químico. Ao invés
disso, ela usa e abusa das claras em neve.
Para sentir que estava
participando mais profundamente do preparo do bolo, resolvi que hoje tentaria
bater as claras à mão. Alguns podem não acreditar, mas eu nunca tinha tentado
fazer isso antes, em toda a minha vida. Durante boa parte dos meus 24 anos de
existência eu ficava pensando como a minha mãe, minha avó e todos os meus
antepassados faziam para preparar uma boa clara em ponto de neve. A batedeira
me fez esquecer que os músculos dos braços já foram muito úteis ao ser humano.
Hoje sinto cada um dos que compõe o meu braço direito, mas ao menos posso dizer
com orgulho que, com muita labuta junto ao meu fouet, preparei claras tão
firmes e lindas.
Claras em neve prontas
e reservadas, era chegada a hora de preparar o restante da massa. Derreti o
chocolate meio amargo com leite, acrescentei a ele a manteiga e reservei. Claro
que as coisas não foram assim tão simples. Se fossem, não seria eu. Coloquei o
chocolate para derreter no microondas, com a potência reduzida, mas me distraí
com a partida dos meus tios (eles voltaram para as Minas Gerais). Consequência
brilhante: o chocolate começou a queimar. Ao retirá-lo do forno senti como se
olhasse para um vulcão em miniatura. Uma pequena parte dele borbulhava e de lá
saía uma chaminé de fumaça. Sorte minha que só queimei uma pequena parte do
chocolate, ou então teria que sair correndo ao mercado.
Em outra tigela eu bati
as gemas e misturei com açúcar mascavo. A receita do Larousse pede açúcar
refinado, mas como uma colega de trabalho me deu, há alguns meses, um pedaço magnífico
de bolo de chocolate e me disse que o segredo era o açúcar mascavo, resolvi
adotá-lo e testar o resultado.
Agreguei o creme de
chocolate com manteiga ao ovo com açúcar, fui misturando a farinha peneirada e
por fim acrescentei, mexendo delicadamente as claras em neve. Pronto. Já tinha
uma massa de textura leve e aparência muito linda. Levei ao forno por 50
minutos (quase esqueci novamente da receita e por pouco não queimei).
Preparei em banho-maria
uma receita de cobertura de chocolate indicada pelo livro: chocolate derretido,
açúcar de confeiteiro, manteiga e água. Despejei sobre o bolo, deixei gelar e
apreciei com gosto após um longo dia de trabalho. O cupcake foi presente de
aniversário para o namorado.
O sabor é magnífico. No
entanto, por não levar fermento em pó, a massa fica mais pesada do que dos
bolos de chocolate tradicionais.
Prato feito. Prato
servido. Bon appétit!
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