O incrível é que os
dias são sempre recheados com duas facetas: uma salgada/amarga e outra doce.
Pois é, não é só o porco que pode ser agridoce, a vida também rouba esse
título. Hoje eu comemoro 50 dias de blog – felicidade sem tamanho – e, ao mesmo
tempo, me despeço temporariamente do projeto pessoal que mais me trouxe
felicidades e crescimento.
Em comemoração e marco
de despedida, trago a receita do Larousse de Costeletas de porco agridoces. Adoro
costeletas fritas, mas esta receita tem um quê de especial, tanto no sabor
quanto no preparo.
Comecei indo ao
mercado, com o pensamento de comprar a costela em tamanho grande, pois queria
servir a peça inteira. Já até imaginei a aparência e isso me empolgou muito a
cozinhar nesse fim de domingo pós noite-mal-dormida-com-manhã-de-prova-exaustiva.
No açougue encontrei exposta apenas tiras cortadas bem finas da costela do
porco, já no tamanho para preparo em panela. Fiquei olhando pra elas desencantada
e dizendo pra mim mesma, apesar de ser em voz alta, que aquilo não era o que eu
tinha imaginado. Minha mãe, em contrapartida, não parava de afirmar que só
tinha assim, que eu tinha que levar daquele jeito ou desistir do prato. Ela
indicou que eu levasse pernil, mudasse a receita. Fiz birra de uma forma como
nunca tinha feito antes, nem quando criança. Eu queria minha costela.
Eis que montado em um
cavalo branco surge meu salvador... Ok. Não tinha cavalo branco nenhum. Até
porque isso seria bem esquisito um cavalo dentro de um mercado, mas fui salva
por um açougueiro muito simpático que se comoveu com meu tormento. Ele me
perguntou exatamente o que eu queria, o comprimento do osso que eu desejava e
até brincou: “Acordou hoje com desejo é moça?”. Expliquei que o corte era específico
por se tratar de uma receita para meu blog de culinária. Ele sorriu, foi à
câmara fria e voltou com uma peça enorme. Nunca me senti tão feliz. Pedi que
deixasse exatamente daquele jeito, apenas separando uma parte para minha mãe
fazer na panela outro dia. Agradeci tanto que ele sorriu novamente. Deve achar
que sou louca, mas nunca me senti tão feliz em comprar um pedaço tão grande de
carne. Dois quilos de pura gostosura suína!
Voltando para casa,
degelei a carne e temperei com sal e pimenta moída. Cortei a peça em duas
partes, pois ela inteira não cabia no meu Wok. Esta receita indica fritar a
carne antes de levar ao forno. Coloquei um bocado de manteiga e óleo na panela,
aqueci e coloquei uma parte de cada vez para fritar. Dourei de ambos os lados e
reservei a peça em uma assadeira grande.
Descasquei e cortei
três maçãs em fatias finas e reguei com o suco de um limão. Distribui sobre as
costeletas, salpiquei um pouco de sal e pimenta. Coloquei sobre tudo o melado e
o creme de leite. Enfim, bastou levar ao forno pré-aquecido a 200°C. As
costeletas ficaram no forno por 1 hora. Servi bem quente, acompanhada de arroz
branco.
Todos por aqui
aprovaram o sabor das costeletas e espero que vocês a reproduzam e apreciem
também. O Larousse indica também que elas sejam assadas já cortadas, então essa
pode ser sua opção para que assem mais rápido.
Prato feito. Prato
servido. Bon appétit!